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Infarto do Miocárdio

Infarto do miocardio

O infarto do miocárdio é uma condição grave e que pode levar à morte se não for tratado rapidamente. Nesta entrevista especial, o cardiologista entrevistado explica o que é o infarto do miocárdio e como ele se manifesta, bem como os fatores de risco para a doença, incluindo idade, dependências e doenças relacionadas. Além disso, o especialista fala sobre a importância da prevenção e dos cuidados após um infarto, e esclarece dúvidas comuns, como a relação entre dor torácica e infarto e se exercícios físicos são permitidos após a ocorrência da doença. Se você quer saber mais sobre o infarto do miocárdio e como preveni-lo, não deixe de conferir esta entrevista.

Sumário

infarto do miocardio

O que é o infarto do miocárdio? Como se manifesta?

É a morte de uma região do coração, causada pela falta de chegada de sangue para irrigá-la. Pode manifestar-se, mais frequentemente com dor no peito, muito intensa, com ou sem irradiação para membros, pescoço ou região epigástrica, com ou sem outros sintomas como sudorese, náusea, palpitação, tontura e perda dos sentidos.

Qual a idade mais propícia para sofrer um infarto?

Quanto maior a idade, maior é o risco de um infarto, porém quanto mais jovem o paciente, mais perigosa é a doença e com mais chance de ser fatal. O idoso no decorrer da vida estimula o aparecimento de  circulação colateral, que é uma adaptação para proteger o coração, quando existe lento e progressivo crescimento da aterosclerose. Essa circulação pode suprir a irrigação de uma artéria comprometida, não deixando que o tecido do coração sofra tanto, na eventualidade de uma obstrução ou espasmo de uma artéria importante.

Quais doenças/dependências podem levar ao infarto? Explique.

Os fatores de risco para o infarto, podem ser classificados em três grupos: irremovíveis, controláveis e removíveis.

  • Irremovíveis – são aqueles que não podem ser retirados. São fatores inerentes ao indivíduo como idade, sexo, antecedentes familiares, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e alterações já existentes, mesmo que ainda ocu
  • Controláveis – são fatores que podem ser controlados, seja com medicamentos, ou com mudança do estilo de vida. É o caso da hipertensão arterial, hipercolesterolemia, diabetes, estresse, obesidade e outros.
  • Removíveis – estes fatores, como o nome sugere, dependem da vontade do indivíduo e somente dele para que sejam definitivamente afastados. É o caso do tabagismo, do sedentarismo e dos maus hábitos alimentares (qualidade, quantidade e freqüência de ingestão).

O tabagismo é o maior vilão de todos. Apesar de se saber o quanto faz mal à saúde, de um modo geral, não exclusivamente ao coração, ainda assim a prevalência de fumantes na população geral está em torno de 25%. Do ponto de vista da coronariopatia o cigarro acelera o processo e desencadeia eventos agudos através da liberação da nicotina que acelera o ritmo cardíaco e eleva a pressão arterial podendo levar a espasmos, principalmente em artérias comprometidas e do alcatrão que lesa a parede do endotélio.

A dislipidemia se for tratada chega até mesmo a reduzir o grau de estenose das artérias comprometidas, entretanto, o LDL colesterol, se elevado, acelera o processo através do seu depósito nas placas ateroscleróticas. Quanto mais baixo o colesterol, menor o risco de um evento cardiovascular.

Cada vez mais se comprova o impacto benéfico das medidas preventivas contra a aterosclerose. De nada adianta tratarmos as manifestações coronárias se não impusermos mudanças de hábito radicais. Os vasodilatadores e a própria revascularização são paliativos. O verdadeiro tratamento está na adoção de um estilo de vida saudável.

Pode-se confundir dor torácica com o infarto? Quanto tempo dura a dor?

Sim. A região do tórax é muito inervada e sensível. Um exercício muito intenso, um movimento brusco e muitas outra doenças podem causar dor nessa região. O tempo de duração é variável de minutos a horas.

A pessoa que sofreu um infarto poderá levar uma vida normal?

RPode e deve. Vida normal eu entendo com hábitos saudáveis.

A vida moderna contribui para o aparecimento do infarto?

Sim.Tanto pela longevidade, quanto mais uma pessoa vive, maior a chance de desenvolver aterosclerose, quanto pelo estilo de vida moderno, que na conquista do conforto, acaba tornando os indivíduios mais sedentários, comendo mais e de maneira errada e levando à diabetes, hipertensão e dislipidemias.

Infarto agudo do miocárdio e parada cardíaca são a mesma coisa? 

Não. Parada cardíaca, pode ocorrer por vários motivos, o infarto é um deles, mas qualquer outra doença que leve à morte, causa parada cardíaca.

Exercícios físicos podem ser praticados por pessoas cardíacas ou que sofreram infarto? 

Sim e são muito benéficos se forem feitos com orientação médica e supervisão de profissionais capacitados.

Como prevenir um infarto?

Primeiro lugar conhecendo a si próprio, controlando a própria saúde, quero dizer, sabendo seus níveis de glicemia, colesterol, pressão arterial e mantendo-os sempre dentro dos níveis recomendado. Praticando regularmente com intensidade adequada atividade física, comendo para viver e não vivendo para comer, quero dizer escolhendo os alimentos saudáveis nas quantidades suficientes, mantendo o peso dentro da normalidade. Não fumando, administrando o estresse da vida moderna, procurando ter horas de laser e tendo um bom relacionamento social.

As pessoas que tiveram infarto, após o tratamento adequado estão ‘curadas’ e não precisam mais de acompanhamento

Não estão curadas. O infarto é apenas a manifestação clínica e localizada da arteriosclerose, que é uma doença sistêmica e progressiva, que acomete as artérias de todo o corpo. Quem já teve um infarto tem maior risco de ter outro, por isso o controle dos fatores de risco mencionados anteriormente, devem ser mais rigorosos e para a vida inteira.

Ao sentir os sintomas do infarto, quais os primeiros socorros que devem ser prestados à vitima até a chegada do resgate?

Deve-se dar aspirina.

Um aparelho desenvolvido no Brasil pode detectar um infarto. Qual sua opinião? 

Aparelho como esse existe há muito tempo, só que  ligado a uma única central. Para dizer a verdade eu mesma já tive em meu consultório, só que na época o paciente precisava ligar o telefone para transmitir seus dados na hora de qualquer evento. A proposta desse é estar ligado ao GPS e conectar-se à equipe de atendimento mais próxima. Não sei que condições esse projeto tem de funcionar em nosso meio. É interessante para pacientes que são muito doentes, mas não são úteis para pessoas em atividades normais e que desconhecem ter a doença.

Entrevista publicada originalmente na revista APM de Piracicaba

No vídeo, a Dra. Marisa Amato explica que o infarto ocorre quando uma artéria do coração é bloqueada por placas de gordura ou por um espasmo da artéria, e que o risco de infarto está relacionado aos antecedentes familiares e pessoais, idade, doenças não tratadas e hábitos de vida, como fumar e sedentarismo. Ela destaca a importância de tratar as doenças adequadamente, sabendo que são crônicas e controláveis, mantendo um relacionamento periódico com o médico e cuidando dos hábitos de vida, como atividade física e dieta adequada, para melhorar a qualidade de vida e controlar a evolução natural da doença.

Eu sou Marisa Amato. E hoje nós vamos falar um pouco sobre a possibilidade das pessoas terem um infarto. O infarto é quando uma artéria do coração é bloqueada, ela pode ser bloqueada por diversas razões, geralmente é um tronco que se fixa aqui e interrompe a passagem de sangre para as extremidades. O infarto ele ocorre pelo deposito de gordura ao longo do tempo que vai fazendo com que a artéria em determinado momento se feche e obstrua, ela pode também ocorrer por um espasmo dessa artéria, sendo que o mais frequente é o da placa de ateroma. Então, as pessoas perguntam “qual é o risco que eu tenho de ter um enfarte? ” O risco ele está direcionado diretamente aos antecedentes familiares e pessoais de cada um, está relacionado a idade da pessoa, pelas doenças que a pessoa teve durante a vida e não tratou e os hábitos de vida obviamente a pessoa que fuma obviamente a pessoa que fuma tem um risco maior, a pessoa que é sedentária tem um risco maior. Como evitar um infarto? Sempre atualizar o seu risco, saber qual é o seu risco, tratar as doenças adequadamente, saber que essa, saber que essas doenças são crônicas e elas não são curadas, elas são controladas. Portanto, o tratamento é para o resto da vida, não adianta também só tomar o remédio que o médico deu então, precisa ter um relacionamento com o médico aí periódico, para saber se a doença está sendo controlada adequadamente, muitas vezes é necessário mudar a medicação. O fato de estar tratando e tomar medicação não quer dizer que a pessoa pode se descuidar dos hábitos de vida, é importantíssimo continuar fazendo atividade física e manter uma dieta adequada e vale a pena investir em bons hábitos de vida e de tratamento, porque ele pode mudar a evolução natural dessa doença, tem muitas ações que melhoram a qualidade de vida da pessoa no futuro, vale a pena investir neste tratamento.

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