Ao aventurar-se pelas paisagens vertiginosas das altitudes elevadas, é possível testemunhar vistas panorâmicas de tirar o fôlego. No entanto, pacientes cardíacos devem estar bem informados sobre os riscos associados à elevação da altitude antes de embarcar em tal jornada. A diminuição do oxigênio no ar, devido à redução da pressão parcial de oxigênio, pode afetar a função cardiovascular e causar uma série de sintomas e problemas de saúde. Neste artigo, vamos explorar as doenças com maior risco de complicações relacionadas à diminuição da pressão atmosférica, entender por que a grande altitude predispõe ao mal-estar e discutir estratégias de prevenção e tratamento para doenças relacionadas à altitude. Além disso, abordaremos os riscos envolvidos durante viagens de avião para pacientes com doenças cardíacas e pulmonares. Esteja preparado e seguro para desfrutar de suas aventuras em grandes altitudes, mantendo-se bem informado sobre os riscos e precauções necessárias.
Sumário

Atividades em altitudes elevadas podem proporcionar vistas panorâmicas deslumbrantes, mas pacientes cardíacos precisam estar cientes dos riscos associados à elevação da altitude. A diminuição de oxigênio causada pela diminuição da pressão parcial de oxigênio no ar, pode afetar a função cardiovascular e levar a uma série de sintomas e problemas de saúde. Esses pacientes apresentam maior chance de apresentarem eventos cardiovasculares, como infarto do miocárdio e derrame.
Quais as doenças com alto risco de problemas relacionados a diminuição da pressão atmosférica?
As doenças com alto risco de problemas relacionados à hipóxia são:
- Asma grave e Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC);
- Fibrose cística e doenças pulmonares intersticiais;
- Doenças degenerativas neuromusculares;
- Insuficiência cardíaca congestiva;
- Anemia grave;
- Cifoescoliose acentuada;
- Tuberculose pulmonar;
- Síndrome da apneia do sono;
- Tromboembolismo venoso;
- Pacientes submetidos à cirurgia torácica e abdominal recente;
- Cardiopatias com hipertensão pulmonar e arritmias não controladas;
- Sequela de derrame (acidente vascular encefálico);
- Cirurgia recente de descolamento de retina;
Por que a grande altitude predispõe a mal estar?
A diminuição da oferta de oxigênio causa liberação de substâncias químicas no corpo que aumentam a frequência cardíaca e a pressão arterial, colocando maior pressão sobre o coração e os vasos sanguíneos. Isso predispõe desde a um simples mal estar até a eventos como infarto do miocárdio e derrame(AVC).
Mesmo sendo sendo uma pessoa saudável a mudança súbita de grandes altitudes pode causar problemas, incluindo:
- Mal da Montanha Agudo: é a manifestação mais comum em altitudes elevadas. Pode ser caracterizado por dor de cabeça, náusea, vômito, tontura, insônia, fadiga, perda de apetite, e outros sintomas. O início dos sintomas geralmente ocorre nas primeiras 24ou 48 horas após a chegada a grandes altitudes.
- Edema Pulmonar de Altitude (EPA): ocorre quando o excesso de líquido se acumula nos pulmões devido à falta de oxigênio. O EPA é uma condição grave que pode ser fatal se não tratada imediatamente. Os sintomas incluem tosse, falta de ar, fadiga, desconforto torácico e cianose (coloração azulada da pele).
- Edema Cerebral de Altitude (ECA): ocorre quando o excesso de líquido se acumula no cérebro. O ECA é uma condição grave que pode ser fatal se não tratada imediatamente. Os sintomas incluem dor de cabeça intensa, náusea, vômito, convulsões, confusão e perda de consciência.
Como prevenir a doença aguda da montanha?
As pessoas adaptam-se em altitudes diferentes, mas de maneira geral a maneira de prevenir essa doença é subir devagar. É essencial planejar uma ascensão gradual, permitindo que o corpo adapte-se à altitude.
Se possível, passar pelo menos uma noite em uma elevação intermediária menor do que 3.000 metros;
Acima de 3.000 metros, aumentar a altitude de dormir por apenas 300 a 500 metros por dia;
Acima de 3.000 metros, tirar um dia de descanso para cada 1000 metros de altitude (ou seja, passar uma segunda noite na mesma altitude);
Se possível, não voar ou dirigir diretamente para alta altitude;
Se vai diretamente para alta altitude de carro ou avião, evite o excesso de exercitar-se ou mover-se nas primeiras 24 horas;
Tente sempre dormir em uma altitude mais baixa. Alpinistas geralmente usam a frase: subir alto e dormir baixo;
Outras medidas importantes incluem:
- Beber muita água para evitar a desidratação;
- Evitar tabaco e alcool;
- Evitar atividades físicas intensas nas primeiras horas após a chegada;
- Estar atento aos sintomas de MMA.
O que devo fazer se eu tiver doença aguda da montanha?
O primeiro passo é descansar na mesma altitude. O mal estar desaparece com repouso e analgésicos, dentro de 24 horas. Se os sintomas não resolverem ou piorarem, mover-se para baixo (descer). É comum que mesmo uma pequena descida melhore. Pode-se subir assim, que se tiver recuperado.
Se os sintomas não melhorarem, atrasar ainda mais a subida;
Se os sintomas piorarem, mover-se para baixo (descer), o mais rapidamente possível.
Em casos graves, pode ser necessário o uso de suplementos de oxigênio ou o retorno imediato a nível mais baixo.
As grandes altitudes podem apresentar uma série de desafios para o corpo humano, particularmente para pacientes cardíacos. É fundamental consultar um médico antes e tomar medidas preventivas adequadas para minimizar os riscos associados aos problemas cardiovasculares. Com as precauções adequadas, é possível desfrutar, em segurança, de grandes aventuras em altitudes elevadas.
Numa viagem de avião também existem problemas relacionados à altitude?
Durante uma viagem de avião, a pressão atmosférica do ar dentro da cabine seria menor do que ao nível do mar. Isso porque, a medida que este ganha altitude, a pressão diminui. Para manter o conforto e a segurança dos passageiros, os aviões são equipados com sistemas de pressurização que mantêm a pressão ao nível adequado.
Em geral, a pressão dentro da cabine do avião é equivalente a uma altitude de 1.500 a 2.500 metros acima do nível do mar. Isso reduz a quantidade de oxigênio disponível para respirar, o que pode causar problemas, especialmente em pacientes com doenças cardiovasculares e, ou pulmonares. No entanto, a maioria das pessoas saudáveis não sentem nada durante a viagem de avião. As companhias aéreas também fornecem oxigênio para uso em emergências, caso ocorra uma queda súbita na pressão dentro da cabine.
Nas viagens longas, devido a constante menor oferta de oxigênio, as pessoas com doenças cardíacas, pulmonares e anemia podem sentir-se mal. É fundamental que os portadores dessas enfermidades antes de uma viagem procurem seu médico para avaliar, compensar clinicamente as doenças e prevenir complicações.
Prof. Dra. Marisa Amato
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