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Fístula Arteriovenosa para Hemodiálise (FAV)

  • amato 
Fístula Arterio Venosa

Quer saber mais sobre a FAV, acesso vascular importante para o tratamento de hemodiálise? Quer entender a diferença entre artérias e veias e como elas funcionam no nosso corpo? Não perca o nosso post sobre o assunto! Aprenda tudo o que precisa saber sobre esses vasos sanguíneos fundamentais para a saúde humana e como cuidar da sua saúde vascular.

Sumário

O que é uma FAV/fístula arterio venosa?

A FAV é uma anastomose (conexão) entre uma artéria fina e uma veia periférica também fina e superficial. É feita cirurgicamente mais frequentemente nos membros superiores, de preferência no antebraço não dominante – esquerdo nas pessoas dextras e direito nos canhotos.

Muitas vezes é confeccionada utilizando a artéria radial, já que temos outras artérias que irrigam a mão, como a ulnar.

Quanto mais distal for realizada melhor, de modo que um maior número de veias possam se desenvolver e maturar, oferecendo assim inúmeros locais de punção e tenha mais locais para realizar outras fístulas se necessário. Normalmente as fistulas do cotovelo desenvolvem uma rede vascular restrita e ocasionalmente podem dificultar a circulaçao da mão.

A fístula arteriovenosa (FAV) é o acesso vascular preferido para o tratamento de hemodiálise, para aqueles que tem insuficiência renal, pela sua facilidade de utilização e pelos poucos riscos que apresenta comparativamente com as outras opções.

https://youtu.be/I6Th7Uc9c8M
Resumo

Dr. Alexandre Amato, um cirurgião vascular do Instituto Amato, fala sobre fístulas arteriovenosas, que são conexões cirúrgicas entre uma artéria fina e uma veia periférica superficiais. Elas são comumente usadas como acesso para hemodiálise em pacientes com insuficiência renal. As fístulas arteriovenosas são planejadas e nunca feitas de emergência, e é importante tomar cuidados locais para evitar infecção, trombose e outras complicações. Além disso, exercício físico com bola de tênis pode ajudar a aumentar a circulação e diminuir o risco de complicações. É importante conversar com o cirurgião sobre os cuidados da fístula para garantir que ela dure o máximo possível.

Transcrição

Olá sou Dr. Alexandre Amato  cirurgião vascular do  Instituto Amato e hoje vou falar um  pouquinho sobre a fístula  arteriovenosa. O Que é uma fístula?  A Fístula artériavenosa  pode ser traumática após um  acidente ou alguma coisa assim mas  muitas vezes o cirurgião vascular  cria uma fístula arteriovenosa  mas pra quem?  Para  quem precisa fazer hemodiálise. Quem  precisa fazer hemodiálise precisa  de um acesso à circulação que tenha  um  grande volume de sangue em pouco  espaço de tempo para poder  entrar na máquina de hemodiálise e fazer a  filtragem necessária e colocar o  sangue de volta na  circulação. Então a gente usa essa  fístula arteriovenosa como uma  via de acesso. A fístula arteriovenosa mais  comum é a fístula no punho a fístula  de Brecio Cimino.  Essa fístula  é confeccionada  cirurgicamente e ela liga, ou  conecta, o sistema arterial com  o sistema venoso.  Como funciona isso?  O sistema arterial é  um sistema de alta pressão quando  conectado a um sistema de baixa  pressão que é um sistema venoso  acaba tendo um  fluxo contínuo de alta quantidade de  sangue que  permite a filtragem  por  uma máquina de hemodiálise. A  fístula artéria venosa  nunca é feita de emergência, de  urgência. Ela é um  planejamento. Então à medida que o  paciente vai  precisar da hemodiálise e já  se sabe disso planeja-se  essa confecção para  que haja tempo da cicatrização e da  maturação dessa fístula e  que ela seja utilizada com  uma grande chance de sucesso.  Como a fístula é  realizada nessa região, é  preciso muitos  cuidados para que  não seja perdida.  Essa  região  se você dormir em  cima do braço pode ocorrer  uma trombose e perder  essa fístula.  Então os cuidados locais com a  ferida operatória evitar  uma infecção e evitar  compressão da região da cirurgia  e da fístula para  evitar uma trombose e  o exercício físico com aquelas  bolinhas aumenta essa  circulação e diminui  o risco de complicação. Então, a  fístula artériovenosa é  um procedimento realizado comumente.  É  possível fazer uma fístula durar  muito tempo com os cuidados locais.  Converse com seu cirurgião sobre  isso. Isso é importantíssimo.  Quanto mais tempo durar uma fístula  melhor.  É possível fazer fístula  em outros locais mas  a gente sempre busca a  fístula que tem maior chance  de duração, menor incômodo,  melhor localização.  A medida que vai se  perdendo essas  possibilidades. Fístulas começam  a ser feitas em locais mais  incômodos.  Então cuide da sua fístula.  Faça todos os cuidados locais.  Faça sua parte.  O cirurgião vai fazer a parte dele.  O nefrologista vai fazer a parte  dele. É  um trabalho em conjunto para manter  uma boa qualidade de vida. 

O que são artérias?

Artérias são vasos sanguíneos que saem do coração e vão ramificando-se sucessivamente, cada ramo tem menor calibre que o anterior, até se tornarem em arteriolas e depois capilares, irrigando todo o organismo.

São vasos resistentes e muito elásticos, acostumados com a alta pressão gerada pelo coração. À palpação, verifica-se que as artérias pulsam. O pulso ocorre por causa da dilatação da artéria ao empurrar o fluxo sanguíneo ao ritmo dos batimentos cardiacos. Quando tem um sangramento proveniente de uma artéria, são jatos bem fortes.

A sua principal função é transportar e distribuir o sangue rico em oxigénio – sangue arterial – a todas as partes do organismo. O oxigénio que confere ao sangue arterial a sua cor típica vermelho vivo.

O que são veias?

As veias também são vasos sanguineos. Ao contrário das artérias, as veias transportam sangue vindo de todas as partes do corpo para o coração.

As paredes das veias são bem finas e frágeis. Isto porque o sangue dentro delas não está sob pressão. O sangue retorna ao coração de diversas formas e forças, a gravidade ajuda, o vácuo relativo que existe quando o coração relaxa e através da pressão positiva transmitida pelas artérias e a ação dos musculos (panturrilha por exemplo). Nos membros inferiores devido à distância e para vencer a gravidade, as veias têm válvulas que abrem e fecham direcionando o fluxo, facilitando a sua ascenção e impedindo que este volte para trás.

O sangue nas veias flui com menos pressão, então se tiver uma lesão o sangramento não é em jato.

As veias transportam sangue venoso. Este sangue encontra-se saturado de gás carbônico que resultou da atividade celular. Este gás é levado aos pulmões para ser eliminado durante a fase da expiração. A sua presença no sangue torna-o vinhosoo, vermelho escuro.

Que tipos de FAV existem?

Como regra geral, cada artéria é acompanhada por uma ou duas veias que se denominam de veia satélite. Tal como as artérias, as veias também se situam profundamente. Porém nos membros, além das veias profundas que acompanham as artérias, encontramos veias superficiais que se distribuem na região subcutânea em forma de rede.

Para a criação da fístula utiliza-se uma artéria do membro superior e uma veia superficial.

Existem várias fístulas possíveis, mas os três tipos mais comuns são.

No punho:

  • FAV rádio-cefálica (mais frequente)
  • FAV ulnar-basílica (rara)

No cotovelo:

  • FAV bráquio-cefálica

O que é a maturação da FAV?

O processo de arterialização das veias não é um processo imediato. Leva o seu tempo.

Utilizar uma fistula muito cedo leva à sua perda. Isto porque as veias ainda não estão preparadas para serem puncionadas.

O tempo de maturação da FAV é variável, mas em média considera-se que sempre que possivel uma FAV seja utilizada depois do dois meses após a sua confecção.

Se por um lado algumas fistulas ao fim deste tempo já desenvolveram uma rede venosa exuberante, outras demoram meses. Isto depende das características do individuo e de doenças que podem estar associadas, como é o caso da Diabetes.

Durante o processo de maturação, devem ser feitos alguns exercícios que ajudam a dilatar e a fortalecer as veias.

Durante este tempo se for necessário realizar hemodiálise, devem ser utilizados os catéteres centrais tomo forma de acesso à circulação sanguínea.

Quais são as vantagens da FAV?

  • Ausência de tubos e catéteres penetrantes na superfície corporal
  • Uso normal do braço fora das sessões de hemodiálise
  • Não há necessidade de curativos (exceto logo após a hemodiálise)
  • Baixo risco de infecção e trombose.
  • Acesso simples e rápido à circulação sanguínea.

E as desvantagens?

  • Necessidade de punção
  • Necessidade de fazer a hemostasia (curativo e compressão para parar de sangrar)
  • Mau aspecto do braço devido à hipertrofia das veias e cicatrizes dos locais puncionados
  • Necessidade de tempo para a sua maturação
  • Risco de má permeabilização em caso de hematoma, por exemplo

Procedimentos relacionados

  • DESATIVAÇÃO DE FÍSTULA ARTERIOVENOSA
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  • SUPERFICIALIZAÇÃO FÍSTULA ARTERIOVENOSA
  • TROMBECTOMIA PTFE

Fonte: Amato, ACM. Fístula Arteriovenosa para Hemodiálise. In book: Procedimentos Médicos: Técnica e Tática, Edition: 2, Chapter: 22, Publisher: Grupo Gen, Editors: Alexandre Campos Moraes Amato, pp.117-122

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