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Ginecomastia

Conceito​

Ginecomastia: consiste no aumento do tecido mamário em homens

Pseudoginecomastia: Aumento do volume mamário por aumento apenas de gordura, sem alterações no volume da mama. Pode ser chamada também de lipomastia.

Macromastia persistente puerperal: É a denominação da ginecomastia que iniciou na puberdade e não houve resolução espontânea por causas até então não completamente esclarecidas.

História​

Os primeiros casos relatados dessa condição são da 18a dinastia Egípcia. Em que as imagens do faraó Tutankamon e seus familiares aparecem com ginecomastia.

A primeira descrição cirurgia foi feita por Paulus Aegineta que viveu entre 625 a 690 a.C. com ressecção em cunha submamária, relatada como cirurgia de Aboul Cassis.

Curiosidade: Paulus Aegineta foi um médico grego conhecido por ter escrito a enciclopédia médica: Compêndio Médico em Sete Livros. Por muitos anos no Império Bizantino, este trabalho continha a soma de todo o conhecimento médico do Ocidente e era incomparável em sua precisão e perfeição.

Epidemiologia​

Possui 3 picos de incidência:

– Neonatal, por influencia dos hormônios maternos
– Adolescência, por desequilibrio hipofisário, adrenal e tentacular
– Andropausa, por que da produção de testosterona, aumento da conversão em estrogênio devido ao aumento do acúmulo de gordura corporal (aromatase do tecido adiposo

– 65% dos pacientes com ginecomastia estão na faixa de 14/15 anos
– 7,5% persiste após os 17 anos de idade
– consiste em 10 % de todas cirurgias plásticas realizadas em homens (EUA)
– consiste em 18% das cirurgias realizadas em pacientes entre 13 e 19 anos

Classificação

A ginecomastia possui diversas classificações. Sendo as mais comuns:

1) Nydick 1961

– Glândula limitada a região retroareolar, não atinge a margem da aréola

– Glândula extende até a margem da aréola

– O aumento de volume da glândula ultrapassa além da borda da aréola

2) Tanner 1971 –

Estagio 1: mamilo proeminente –

Estagio 2: fase broto mamilar; elevação da mama e da aréola –

Estagio 3: Aumento maior da mama e aréola, sem separação dos contornos –

Estagio 4: projeção da aréola e das papilas para formar montículo secundário por cima da mama –

Estagio 5: saliência somente nas papilas

3) Simon 1973

Grau I e pequeno aumento mamário visível; nenhuma redundância de pele;

Grau IIA: aumento mamário moderado sem redundância de pele;

Grau IIB: aumento mamário moderado com redundância de pele;

Grau III: aumento mamário moderado com redundância de pele definida (mama feminina pendentes)

4) Deutinger e Freilinger 1986

– Grau 1: parede torácica pobre em tecido; tecido mamário localizada por trás e ao redor do mamilo; sem excesso de pele;

– Grau 2: adiposo parede torácica; alterações generalizadas; seios semelhantes a feminino adqueridos durante a puberdade;

– Grau 3: alterações generalizadas; o excesso de tecido adiposo, redundância de pele, sulco inframamário e ptose.

5) Cohen 1987

– Grupo 1: ginecomastia glandular;

– Grupo 2: ginecomastia glandular com ptose;

– Grupo 3: ginecomastia com tecido adiposo; – Grupo 4: ginecomastia com tecido adiposo com componente glandular.

6)Rohrich 2003

– Grau I e hipertrofia mínima (<250 g de tecido mamário), sem ptose; IA: principalmente glandular; IB: em primeiro lugar fibrosa;

– Grade II e hipertrofia moderada (200e500 g de tecido mamário), sem ptose; IIA: primariamente glandular; IIB: em primeiro lugar fibrosa;

– Grau III e hipertrofia (> 500 g de tecido mamário), com grau I ptose glandular ou fibrosa;

– Grau IV e hipertrofia grave com grau II ou III ptose glandular ou fibrosa

Causas

A ginecomastia tem como causa: doenças genéticas, doenças endocrinológicas, câncer, uso de medicações e drogas, mas na maioria das vezes a causa é desconhecida. Não se identificando causa tratável clinicamente, e persistindo o quadro por mais de 2 anos, o tratamento cirúrgico está indicado.

Veja algumas causas:

Alterações Matabólicas:

– Desnutrição
– Doenças Hepáticas
– Hipertireoidismo
– Insuficiencia renal

Obesidade

Alterações na hipófise

Hipogonadismo

Resistência a andrógenos

Anabolizante

Medicamentos

Drogas:
– Maconha
– Heroína
– Álcool (Alcoolismo)

Neoplasias (Câncer):
– Câncer de testículo
– Outros cânceres

Defeitos na síntese de testosterona

Síndrome de insensibilidade androgênica

Diagnóstico diferencial (Câncer de mama)

Idiopática

 

Tratamento clínico​

O tratamento clínico pode ser feito com antiandrogênicos (Danazol) e antiestrogênicos (Tamoxifeno), porém esse tratamento deve ser realizado por médico especialista, pois esse medicamentos possuem efeitos colaterais e podendo causar complicações ao paciente.

O tratamento clínico funciona em casos iniciais de ginecomastia. Pacientes com glândulas grandes e excesso de pele não se beneficiarão desse tratamento sendo indicado o tratamento cirurgico direto.

Danazol: é uma substância com afinidade nos receptores androgênicos, apresentando efeitos androgênicos e antiandrogênicos

Tamoxifeno: é uma substância antiestrogênica

– Outros medicamentos similares: Clomifeno, Raloxifeno

Inibidores da aromatase (como o Letrozol, Anastrazol, Fadrozol, Exemestane), são medicações que podem apresentar efeito positivo no tratamento da ginecomastia, porém não existem trabalhos suficientes comprovando o seu benefício.

Tratamento cirúrgico​

O tratemento cirurgico tradicional da ginecomastia consiste principalmente em ADENECTOMIA (ressecção da glândula mamária). Pode ser associado ou não a LIPOASPIRAÇÃO, e associado ou não a RESSECÇÃO DE PELE. Existem outras opção cirurgicas como o uso de laser ou de ultrasom, mas que precisam de mais estudos para serem confiáveis. O custo dessa cirurgia com esses aparelhos e materiais não justificam, uma vez que o tratamento tradicional consegue proporcionar resultados satisfatórios. Devido ao descolamento de tecidos e por ser uma área muito vascularizada, pode-se optar pelo uso de drenos no pós operatório com a finalidade de evitar formações de coleções como o hematoma e seroma no pós operatório. Além do uso de drenos, já existem trabalhos mostrando semelhante resultado, sem uso de drenos e realizando pontos de adesão para diminuir o espaço morto, ou seja, local onde pode-se acumular líquidos no pós operatório. As principais complicações dessa cirurgia são: Hematoma, Seroma, Assimetrias, Irregularidades de superfície, Cicatrizes inestéticas

O acesso cirúrgico, “o corte”, na adenectomia costuma ser em torno da auréola, para minimizar a cicatriz. A cirurgia pode ser feita com anestesia local ou geral, dependendo de cada caso. A internação é rápida, normalmente não passando de 24 horas de internação.

Os riscos desse procedimento são mínimos e estão associados a má adesão ao pós operatório, em que é necessário ficar em média 4 semanas sem atividade física e utilizando corretamente malha elástica.

Cicatrizes: Em torno da aréola, podendo ser ampliada para as laterais caso tenha muito excesso de pele. Pode ter pequenas cicatrizes nas saídas do dreno, quando for utilizado, ou caso seja realizado lipoaspiração.

Anestesia: Anestesia local e sedação, ou anestesia geral.

Internação: Pode ser realizado em regime de hospital dia, ou seja, pode ter alta no mesmo dia.

Pós-Operatório / Recuperação:  Em torno de 1 a 2 meses, pode ser recomendado o uso de malhas pós operatórias e o  retorno é gradual à atividades físicas.

Intercorrências: Formação de hematoma, equimose, ceroma, cicatrizes, assimetrias.

 

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