Autor: Dr Eduardo Almeida e Dias de Souza
Dor no joelho é uma das mais comuns no dia-a-dia.
Atividades físicas simples ou até mesmo as exigências cotidianas (subir e descer escadas, ficar longos períodos sentado, utilização de salto alto) podem contribuir para o aparecimento ou intensificação dos sintomas.
As causas podem ser traumáticas ou atraumáticas.
Entre as causas traumáticas os casos mais comuns são as lesões meniscais e ligamentares. Já as lesões atraumáticas acometem normalmente tendões, cartilagem e os ossos.
Lesões Traumáticas
Meniscos:
São estruturas internas do joelho, de formato achatado e compostos principalmente por cartilagem e água. Existem dois meniscos em cada joelho: medial e lateral. As funções principais são: adaptar fêmur à tíbia, e amortecer impactos.
Porém a vascularização do menisco é muito pobre, dificultando assim seu poder de cicatrização em casos de lesão.
Sendo assim, lesões meniscais devem ser cuidadosamente analisadas para que a decisão entre tratamento conservador e cirúrgico seja feita de forma adequada, sem trazer maiores prejuízos ao paciente.
Ligamentos:
Temos inúmeros ligamentos na articulação do joelho que permitem um encaixe perfeito entre os ossos e suas estruturas adjacentes, tanto de forma estática quanto dinâmica.
Os principais, e mais comentados, são os ligamentos cruzados, sendo o anterior o mais comumente lesionado na prática de atividade física.
Este ligamento é o responsável direto pela estabilidade central do joelho. Sua lesão ocorre em entorses ou traumas intensos do joelho, e a ausência deste confere instabilidade ao joelho, ficando o paciente com sintomas de falseios, dores e inchaços após esforços leves a moderados.
O tratamento pode ser conservador, porém normalmente opta-se pelo cirúrgico com o objetivo de melhorar os sintomas, restabelecer a estabilidade, permitir o retorno às atividades esportivas e prevenir artrose.
Lesões Atraumáticas
São lesões por sobrecarga ou alterações anatômicas no joelho.
Sobrecarga pode ser conceituada como o excesso de carga ou trabalho sobre a articulação, porém pode significar uma falta de proteção ou preparo da mesma.
Diante deste conceito conclui-se que a melhor forma de tratar uma lesão desta é evitá-la, ou seja, preveni-la, ou seja: ATIVIDADE FÍSICA E BONS HÁBITOS DE VIDA.
É fundamental um exame clínico minucioso, somado a exames de imagens de boa qualidade, para que seja detectada a origem do problema e assim elaborado um tratamento visando eliminar além dos sintomas, a origem destes.
Lesões na cartilagem da articulação entre a patela e o fêmur são chamadas de condromalácia patelar, e é uma das patologias mais vistas no consultório do especialista em joelhos.
A artrose é a outra conseqüência direta destas sobrecargas.
Quando apresentada em graus leves e moderados ela pode ser tratada com medicações, suplementos que fortalecem a cartilagem, fisioterapia e exercícios físicos adaptados.
Utilizam-se atualmente e com sucesso, em casos de artrose e condromalácia as infiltrações de Hialuronato de Sódio (ácido hialurônico). Os resultados comprovados cientificamente são: alívio das dores, diminuição dos rangidos articulares (crepitações) e melhora na movimentação dos joelhos.
Casos mais avançados de artrose podem requerer procedimentos mais invasivos. Nestas situações, além de avaliar o acometimento das estruturas, deve-se considerar a idade do paciente e seus hábitos de vida.
Pode ser realizado uma simples limpeza articular via artroscópica, como pode ser necessária a colocação de uma prótese total ou parcial no joelho.
As próteses mais modernas permitem uma ampla movimentação articular ao paciente, devolvendo a este a qualidade de vida que antes estava prejudicada.