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Explante de silicone: a nova tendência da autoaceitação.

Exame mamas

É crescente o número de reportagens que citam o crescimento do explante de silicone. No início do mês, circularam matérias mostrando que a hashtag #explantedesilicone já acumula mais de 88 milhões de visualizações em duas das principais redes sociais mais acessadas no Brasil.

Segundo dados divulgados pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica, cresce no Brasil o número de cirurgias para retirada definitiva das próteses de silicone, cirurgia conhecida como explante de silicone.  Em 2018, foram 14,6 mil cirurgias de retirada de silicone, em 2019 o índice pulou para 19,4 mil e em 2020 foram 25 mil.

As mamoplastias e mastopexias com implantes de silicone ainda superam a lista entre as cirurgias plásticas mais realizadas no nosso País, sendo cerca de 200 mil por ano, porém, precisamos entender esse movimento que está levando as mulheres a fazer o explante da prótese de silicone.

Percebo que há uma tendência da mulher valorizar mais suas formas naturais, se gostar como é e, assim, adotar e aceitar melhor seu corpo, o que considero legítimo e saudável, inclusive, para a saúde mental e autoestima

 

Mas há outros aspectos que podem levar à escolha do explante:

Doença do Silicone – é um termo genérico, que pode englobar todas as complicações relacionadas ao implante. Porém, muitos a associam apenas com toxicidade causada pela presença do silicone em contato com o organismo quando ocorre o extravasamento do implante de silicone sem o implante estar rompido.

Síndrome ASIAo implante de silicone serve como gatilho para desenvolver sintomas semelhantes aos das doenças autoimunes e inflamatórias como dor nas articulações do corpo, cansaço, distúrbios do sono, perda de cabelo, olho e boca secos.

 

Tanto a doença do silicone como a síndrome ASIA são consideradas situações raras, em que outras doenças mais prevalentes devem ser descartadas, mas se realmente forem diagnosticadas o explante pode se tornar uma alternativa como tratamento.

Recentemente, a Food and Drug Administration (FDA) emitiu uma nota de alerta relacionada a próteses de silicone. Segundo à agência reguladora norte-americana, alguns tipos de cânceres podem se desenvolver na cápsula ao redor dos implantes mamários. Embora seja apenas um alerta para a sociedade e conscientização dos médicos e pacientes sobre a existência das doenças, mesmo que raras e não uma recomendação para não se usar mais implantes mamários, é uma informação que pode pesar na hora de decidir pela cirurgia tanto para colocação da prótese como para a sua retirada.

O mais importante é a paciente ser orientada pelo especialista, ela precisa ter a informação dos benefícios e riscos. Considero essencial uma consulta presencial. O especialista precisa ser atencioso, respeitar o desejo das pacientes e responder todas as dúvidas delas. Desta forma, médico e paciente constroem uma relação de confiança que contribuirá com os resultados da cirurgia, seja ela para explante ou implante.

 

*Dr. Fernando Amato é cirurgião plástico, membro titulado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).

 

Olho: Segundo dados divulgados pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica, o número de explantes de prótese mamária cresce rapidamente no Brasil. Em 2018, foram 14,6 mil cirurgias de retirada de silicone, em 2019 o índice pulou para 19,4 mil e em 2020 foram 25 mil.

 

 

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