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Ferritina elevada: entenda quando a reserva de ferro do seu organismo pode se tornar uma ameaça

Ferritina elevada e medicamento

Imagine um componente essencial à vida, que em excesso ou escassez pode comprometer nossa saúde e bem-estar. Esse é o ferro, um mineral que desempenha um papel crucial no transporte de oxigênio no sangue e na produção de energia em nossas células. E é aqui que entra a ferritina – uma proteína que regula a quantidade de ferro em nosso corpo e nos dá pistas sobre a presença de várias doenças. Acompanhe-nos neste intrigante artigo onde exploraremos a relação entre a ferritina e doenças inflamatórias, consumo excessivo de álcool, obesidade e hemocromatose genética.

Neste artigo, mergulharemos nas complexidades do equilíbrio do ferro em nosso organismo, e como a ferritina é um marcador sensível de distúrbios do metabolismo do ferro. Analisaremos a relação entre a ferritina e a anemia, suas causas e consequências, e quando é apropriado medir a ferritina. Além disso, discutiremos as formas de diagnosticar e tratar a sobrecarga de ferro, e o papel da hemocromatose genética nesse contexto.

Prepare-se para uma viagem reveladora pelo mundo da ferritina, enquanto descobrimos como esse marcador poderoso pode nos ajudar a identificar e tratar condições que afetam a saúde e a qualidade de vida de milhões de pessoas em todo o mundo.

Sumário

A quantidade de ferritina pode variar em qualquer doença que cause inflamação, no uso excessivo de álcool, em pessoas obesas e em hemocromatose genética.

A ferritina é uma proteína que contém moléculas de ferro, e representa a principal forma de armazenamento de ferro no organismo. A ferritina é encontrada em quase todas as células, principalmente nas do fígado, baço e medula óssea, onde ela representa uma reserva de ferro disponível para produção das células vermelhas. A ferritina também está presente no plasma sanguíneo, em uma concentração menor, porém, proporcional ao ferro total armazenado no organismo.

Quando se apresenta uma variação do estoque corporal de ferro, a concentração de ferritina no organismo também é alterada, isso faz com que a ferritina seja um marcador sensível de distúrbios do metabolismo de ferro, em especial, a deficiência.

A diminuição da ferritina no organismo ocorre precocemente, ou seja, antes mesmo da deficiência de ferro, que caracteriza a anemia ferropriva. Dessa forma, quando a ferritina aparece diminuída no exame laboratorial, não quer dizer que a pessoa tem anemia, mas pode vir a ter. Já quando a ferritina apresenta níveis normais ou elevados, com redução dos níveis séricos de ferro, pode sugerir a ocorrência de anemias secundárias, como aquelas relacionadas a doenças inflamatórias crônicas.

O que é anemia?

A anemia é caracterizada pela redução na concentração de hemoglobina, proteína que transporta o oxigênio pelo sangue. Ela pode ser decorrente de alterações na produção de hemácias, da destruição precoce dessas células, da perda excessiva de sangue ou de uma associação de fatores.

Sintomas de anemia

 

As anemias relacionadas à produção de hemácias são, normalmente, anemias nutricionais. Elas podem ser causadas pela deficiência de ferro (anemia ferropriva), pela falta de vitamina B12 e/ou de ácido fólico (anemia megaloblástica). Há ainda a anemia falciforme, caracterizada pela alteração no formato dos glóbulos vermelhos. Neste caso, trata-se de uma alteração genética.

Quando devemos dosar a ferritina?

Em tres situações, na suspeita de deficiência ou de sobrecarga de ferro

Na suspeita de deficiência de ferro

A dosagem de ferritina deve ser realizada quando um hemograma de rotina mostra hemoglobina e hematócrito baixos, hemácias menores e mais pálidas que o normal (microcíticas e hipocrômicas), sugerindo anemia por deficiência de ferro, mesmo que ainda não tenham se desenvolvido sintomas clínicos

Os sintomas mais comuns de deficiência de ferro incluem:

  1. Fadiga crônica
  2. Fraqueza
  3. Tontura
  4. Cefaleias (dores de cabeça)

Na suspeita de sobrecarga de ferro.

Neste caso, os sintomas variam e tendem a piorar com o tempo. São o resultado do acúmulo de ferro nos tecidos e podem incluir:

  1. Dores articulares
  2. Fadiga, fraqueza
  3. Falta de energia
  4. Dor abdominal
  5. Diminuição da libido
  6. Problemas cardíacos

Na suspeita de hemocromatose hereditária

Familiares com níveis elevados de ferritina

Para confirmar a sobrecarga de ferro, devem ser realizados outros exames como dosagem de ferro, capacidade total de transporte de ferro e, eventualmente o teste genético para hemocromatose hereditária.

A ferritina por fazer parte do grupo de proteínas de fase aguda, eleva-se em resposta a infecções, traumatismos, inflamações agudas e doenças auto imunes, também em pacientes transfundidos, em neoplasias, especialmente nas leucemias e linfomas, nos carcinomas de mama, fígado, pulmão, cólon e próstata; nas anemias hemolítica e sideroblástica e nas lesões hepáticas, pessoas obesas, especialmente nas lesões alcoólicas, hepatites e na hemocromatose.

É possível curar a sobrecarga de ferro?

Em primeiro lugar é importante descobrir a causa da ferritina elevada.

Se a sobrecarga for resultado de um problema temporário ou de ingestão excessiva de suplementos, ela deve terminar quando se resolver o problema ou for interrompida a ingestão em excesso. Não pode ser curada se for provocada por hemocromatose ou uma doença crônica, e é preciso ter acompanhamento médico cuidadoso.

Quando é preciso tratar?

Antes de tratar é necessário saber a causa ou seja excluir a presença de doenças inflamatórias e mesmo assim, só é preciso tratar a ferritina elevada quando seus níveis atingem 1000ng/ml . O tratamento padrão é a sangria periódica, ou seja a retirada de sangue. Outra opção de tratamento, para aqueles que não podem fazer sangria devido à presença de anemia, é o uso de desferrioxamina, por via endovenosa, entretanto essa medicação é bastante tóxica.

Por que é preciso tratar? 

Quando seus níveis atingem 1000ng/ml pode ocorrer depósito de ferro nos órgãos (hemossiderose). Esta deposição excessiva irrita e acaba por determinar fibroplasia e atrofia parenquimatosa, do fígado, pâncreas, coração e outros órgãos.

O que é hemocromatose?

A hemocromatose é uma doença caracterizada por depósito de ferro em diversos órgãos, entre os mais acometidos estão o coração , fígado, pâncreas e gônadas.

Pode ser primária ou hereditária e secundária a outras doenças hepáticas tais como hepatite C e a hepatopatia alcoólica.

A hemocromatose primária ou hereditária é a doença genética mais frequente na população caucasiana (branca) podendo ocorrer até 1 em 200 pessoas descendentes de nórdicos ou celtas.

Na hemocromatose adquirida, a sobrecarga de ferro é devida a diversas outras doenças ou processos. Algumas causas são doenças hepáticas crônicas, algumas formas de anemia, transfusões de sangue repetidas e, raramente, excesso de ingestão de ferro. A hemocromatose adquirida também é chamada de hemossiderose.

O acometimento cardíaco ocorre em 1/3 dos casos. O acúmulo de ferritina no tecido miocárdico resulta em comprometimento da função ventricular, levando à insuficiência cardíaca e constiui um substrato arritmogênico, levando a arritmias, mais frequentemente supra ventriculares e graus variados de bloqueios. Ainda há relatos de síncope e morte súbita, provavelmente relacionada à fibrilação atrial.

É possível saber se a doença é secundária ou hereditária?

Sim existem exames genéticos específicos

Evitar:

  • Carne vermelha;
  • Fígado, coração de galinha, moela, as vísceras em geral
  • Cozinhar e armazenar os alimentos em utensílios de materiais metálicos, para evitar a liberação de ferro ;
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
  • Não ingerir suplementos vitamínicos ou comprimidos que contenham ferro,
  • Evitar alimentos industrializados enriquecidos com ferro;
  • Reduzir o consumo de grãos (feijão, ervilha, lentilha,etc);
  • Evitar o consumo de alimentos ricos em vitamina C (morango, kiwi, acerola, laranja, limão,etc) em conjunto com alimentos ricos em ferro, pois ela auxilia na absorção do mineral.
  • Evitar as verduras verde-escura (brócolis, couve, rúcula, etc.)

Preferir:

  • Consumir café, chás escuros (preto, mate e verde) ou leite antes e /ou imediatamente depois das refeições;
  • Deixe as frutas cítricas para consumir nos intervalos das grandes refeições(lanches).

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