Sabemos que a toxina botulínica e os preenchimentos faciais, técnicas já muito difundidas e com ótimos resultados, tem efeito limitado e de curta duração – após seis meses, e até 18 meses, respectivamente. Já as cirurgias plásticas contam com resultados mais duradouros, porém, a cirurgia costuma ser mais invasiva e com pós-operatório mais demorado.
Mas o avanço na área da Cirurgia Plástica vem mudando este cenário e já é possível aliar resultados prolongados com cirurgias na face minimamente invasivas.
Na entrevista a seguir, o cirurgião plástico Dr. Fernando Amato, membro da Sociedade de Cirurgia Plástica (SBCP), explica o que já está disponível no segmento de cirurgias plásticas faciais.
Além da cirurgia tradicional e de procedimentos rejuvenescedores, a área de Cirurgia Plástica conta com alguma novidade?
Sim, a área de Cirurgia Plástica caminha lado a lado com a tecnologia e novidades surgem a todo momento. Atualmente, podemos contar também com técnicas bem menos invasivas, que possuem resultados mais duradouros, e que podem ser realizadas ambulatorialmente, ou seja, em consultório.
E como são esses procedimentos?
Temos a radiofrequência como uma tecnologia promissora, que possui a modalidade bipolar, com controle de temperatura interno e externo, como o bodytite, facetite e accutite, e também a radiofrequência fracionada, como morpheus corporal e o facial, que são microagulhas que conseguem tratar diferentes profundidades da pele atingindo até a gordura.
Bodytite: Indicado para tratar flacidez de pele e geralmente associado a lipoaspiração. Muito utilizado no abdômen, costas, coxas, joelhos e braços. Geralmente é realizado com anestesia local e sedação ou anestesia geral, mas para pequenas áreas pode ser feito até com anestesia local.
Facetite: Indicado para tratar a flacidez na região da face e pescoço, e também para algumas regiões corporais mais delicadas como ao redor do joelho. Pode ser feito com anestesia local.
Accutite: Indicado para pequenas áreas e regiões com pele mais fina como pálpebras inferiores e sobrancelha, e até mesmo pequenos e grandes lábio. Pode ser feito com anestesia local.
Morpheus Facial e Corporal: Indicado para tratar a pele, em diferentes profundidades, estimulando o colágeno, diminuindo flacidez, tratando cicatrizes e estrias, e melhorando a textura da pele. A diferença entre as duas ponteiras é que a facial possui 24 agulhas e atinge até 4mm, e a corporal possui 40 agulhas, consegue atingir até 7 mm, e possui uma modalidade “burst”, que consegue trabalhar 3 profundidades diferentes em uma aplicação.
Quais os resultados?
Retração da gordura, estímulo de colágeno, diminuição da flacidez, diminuição de rugas, melhora da textura da pele, melhora da elasticidade e qualidade da pele, ou seja, pele rejuvenescida com um procedimento minimamente invasivo, que geralmente permite que o paciente receba alta no mesmo dia.
Como é pós-operatório?
Morpheus: Eritema (vermelhidão) com duração não superior a 24 horas e edema por uma a três semanas, é considerada uma reação típica da pele ao tratamento.
Bodytite: Podem surgir equimose (roxos) de sete a 10 dias e edema de uma a três semanas.
Esses novos procedimentos duram quanto tempo em relação a uma cirurgia plástica facial tradicional?
Apresentam um efeito inicial pelo edema causado no procedimento e uma melhora gradual que pode durar de três a 12 meses.
Há alguma contraindicação?
O Bodytite não está indicado para pacientes que tenham implantes eletrônicos, como marca-passos cardíacos ou desfibriladores internos. Histórico de câncer de pele, ou condição atual de qualquer outro tipo de câncer ou manchas pré-malignas também não é indicado o uso.
Já o Morpheus não deve ser usado em pacientes que fizeram uso de Botox®, ácido hialurônico, entre outros materiais biológicos. Durante a gravidez e amamentação não se deve fazer o procedimento.
Sobre o Dr. Fernando C. M. Amato – Graduação, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica e Mestrado pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Membro Titular pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).