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Amamentação e o câncer de mama

Aleitamento materno

Você sabia que a amamentação é capaz de proteger as mães do câncer de mama e os bebês do sobrepeso e da obesidade? Nesse mês que celebramos o Outubro Rosa, mês de prevenção ao câncer de mama, essa informação é essencial às mamães que nos acompanham aqui.

Sabendo que a obesidade é também um importante fator de risco para o câncer de mama e a amamentação é capaz de prevenir a obesidade infantil e ajudar as mulheres a retornarem ao seu peso pós-parto, essa informação ganha inda mais força e significado.

Sabemos que a criança deve, preferencialmente, receber somente leite materno até os seis meses de vida. A partir de então, iniciamos a introdução alimentar, que deve conter alimentos saudáveis, e nesse momento o aleitamento materno deve continuar de forma complementar até os dois anos de idade ou mais.

Uma das explicações do porquê o aleitamento materno pode proteger o bebê da obesidade (importante fator de risco para o câncer de mama) é devido à leptina, um hormônio presente no leite materno que ajuda a regular o metabolismo energético, ou seja, a transformação dos alimentos em energia e seu armazenamento no corpo do bebê.

A proteção da mãe em relação ao câncer de mama através do aleitamento se dá porque durante o período de aleitamento, as taxas de determinados hormônios (estrogênio), que favorecem o desenvolvimento desse tipo de câncer, caem na mulher. Além disto, alguns processos que ocorrem na amamentação promovem a eliminação e renovação de células que poderiam ter lesões no material genético diminuindo assim as chances de câncer de mama.

Estudos apontam que a cada 12 meses de aleitamento, as chances de aparecimento de um tumor mamário diminuem em 4,3%.

Quanto mais prolongada for a amamentação, maior a proteção para a mãe e o bebê. Portanto, amamente e encoraje o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida e procure manter a amamentação até os dois anos de idade ou mais.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno por 2 anos ou mais, devendo ser a única forma de alimentação da criança nos seis primeiros meses de vida. Ainda assim, apenas um terço das mulheres no Brasil amamentam seus filhos por dois anos ou mais. As razões para isso vão desde dificuldades práticas relacionadas à rotina diária, até a crença de que a amamentação além do primeiro ano de vida é danosa para a criança do ponto de vista psicológico.

Para quem acha que a amamentação supostamente “prolongada” pode gerar problemas emocionais ou deixar as crianças muito dependentes, há uma informação interessante: segundo diversas teorias, o período natural de aleitamento materno para a espécie humana se situa entre 2 e 4 anos.

Desconhecedoras desse fato, algumas mães promovem o desmame precocemente acreditando contribuir para o processo de amadurecimento de seus filhos. Entretanto, pode ocorrer exatamente o oposto, ou seja, gerar insegurança, dificultando que as crianças se tornem indivíduos independentes.

Nós sabemos como é difícil amamentar. A mulher precisa de muita informação, e uma rede de apoio muito forte para encorajá-la. Busque informação para viver esse momento intensamente e da melhor forma possível, além de aproveitar todos os benefícios da amamentação.

Dra. Lorena Lima Amato

*Lorena Lima Amato é endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)

 

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