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Qual tratamento para o lipedema?

Lipedema

O lipedema é uma doença crônica, de origem genética que atinge especialmente os membros inferiores de mulheres. Dificilmente um homem apresenta sinais de lipedema. Isso porque a doença também está relacionada a questões hormonais.

O sintoma mais comum do lipedema é o acúmulo de gordura na região das pernas. É uma gordura doente, que não é eliminada mesmo com dieta e exercícios físicos não direcionados. Aliás, essa é a diferença básica entre o lipedema e a obesidade. Além de depósitos de gordura nas pernas, o lipedema também pode causar:

  • Inchaço;
  • Dor;
  • Hematomas sem motivação aparente;
  • Alta sensibilidade nas pernas;
  • Sensação de cansaço, principalmente após passar muito tempo em pé;
  • Perda gradual da mobilidade.

O diagnóstico do lipedema acontece através da observação desses sintomas, avaliando ainda a aparência do corpo da mulher. Normalmente, o corpo adquire um formato desproporcional, com a parte superior menor do que a parte inferior.

Qual o tratamento para o lipedema

Existem, basicamente, duas maneiras de tratar o lipedema e ambas devem ser utilizadas ao mesmo tempo para um alcance melhor de resultados. Uma é o tratamento clínico, com adoção de técnicas para controlar os sintomas. A outra é a cirurgia, um tratamento mais invasivo, mas também recomendado em determinados estágios da doença. Saiba mais a seguir.

Tratamento clínico

O tratamento clínico é voltado para o controle dos sintomas e para evitar a progressão da doença. E, em muitos casos, é suficiente para conter o problema, sem necessidade de cirurgia. Faz parte desse tratamento:

Prática diária de exercícios físicos

A atividade física estimula a circulação sanguínea, ajuda na perda de peso, eliminando o excesso de gordura.

Alimentação saudável

A paciente deve seguir uma dieta baseada em alimentos naturais, com ação anti-inflamatória, reduzindo ao máximo o consumo de industrializados, sal, gordura e açúcar.

Uso de roupas de compressão

A terapia compressiva é utilizada para reduzir o inchaço, que pode se agravar com o avanço da doença.

Drenagem linfática

A drenagem linfática deve ser realizada por um especialista e também tem o foco de reduzir o acúmulo de líquido corporal.

Uso de medicamentos

O médico vascular também pode prescrever o uso de alguns medicamentos, caso ele perceba essa necessidade.

Lembrando que o tratamento clínico é realizado de acordo com o objetivo da paciente que pode ser a melhora da mobilidade, a diminuição do volume dos membros e o controle das comorbidades que podem piorar a doença.

Tratamento cirúrgico

No tratamento cirúrgico, usamos a lipoaspiração para controlar o lipedema. A lipoaspiração nada mais é do que a retirada da gordura doente em excesso da região dos membros inferiores.

A cirurgia, no entanto, não elimina a doença por completo. Além disso, há um limite de gordura a ser aspirado e o resultado do procedimento varia de acordo com cada paciente. Ou seja, o tratamento cirúrgico não deve ser a única opção de tratamento indicada ou escolhida pela paciente.

Objetivos do tratamento do lipedema

Quando a mulher sofre os incômodos do lipedema, é natural que ela pense em eliminar aquele desconforto, principalmente por causa da questão estética. Entretanto, esse não é o foco principal do tratamento. Os objetivos seguem a ordem de prioridade a seguir:

  1. Evitar a perda da mobilidade

Caso o médico perceba que a paciente poderá ter a sua mobilidade reduzida ou até mesmo perdida em alguns anos, por causa do avanço da doença, ele deve iniciar o tratamento com esse objetivo primordialmente.

  1. Redução dos sintomas

Em segundo lugar, temos o tratamento com foco na redução dos sintomas. É quando o tratamento tenta eliminar os desconfortos provocados pelas dores, cansaço nas pernas, baixa mobilidade, inchaço, hematomas frequentes etc.

  1. Melhora da aparência das pernas

Por fim, temos o terceiro objetivo do tratamento do lipedema que é melhorar a aparência das pernas, reduzindo consideravelmente a quantidade de gordura e dos nódulos que se formam na região.

Percebemos, então, que a estética não é o objetivo central do tratamento da doença, mas proporcionar à mulher uma vida mais saudável e longe do desconforto físico.

A cirurgia é mesmo necessária em todos os casos?

Não. Apesar de todos os efeitos benéficos da lipoaspiração para o controle do lipedema, ela não é obrigatória. Pode ser o melhor a ser efeito nas fases mais agudas da doença, quando a mulher também já está sofrendo com o linfedema, mas não é garantia certa de resultados em nenhum dos casos. Resultados variam entre as mulheres.

Como dissemos, dependendo de cada caso, o tratamento clínico pode ser suficiente para atender às necessidades da mulher naquele momento, sem que ela tenha que recorrer a um procedimento cirúrgico.

O tratamento do lipedema elimina a doença?

O lipedema é uma doença que não tem cura. Além disso, a causa tem origem genética. Portanto, o tratamento não tem o objetivo de acabar de vez com a doença, uma vez que não há como retirar o gene causador do problema.

Tanto o tratamento clínico quanto o tratamento cirúrgico não são definitivos, ou seja, não eliminam o lipedema. Em alguns casos, é possível que a doença volte a se manifestar através dos mesmos sintomas, inclusive com o excesso de gordura nos membros.

Desta forma, entendemos que a mulher deve fazer uma escolha bem pensada, sabendo dos resultados de cada procedimento ao qual ela resolva se submeter.

Assim, ela não mais enxerga a lipoaspiração como algo definitivo, mas sim como um procedimento auxiliar que pode ser tão eficaz quanto o tratamento clínico e que ambos devem caminhar juntos.

Alinhando objetivos com o seu médico

Antes de se submeter a uma cirurgia, é importante que a mulher converse com o seu médico de confiança e conheça a real opinião dele a respeito do seu problema. O objetivo dessa conversa é alinhar objetivos.

Isso é muito importante porque, muitas vezes, a mulher já não aguenta mais sofrer com o lipedema e toma a decisão do tratamento cirúrgico em meio a uma crise inflamatória, acreditando que ficará livre da doença. E não é isso que acontece.

A decisão deve ser feita de forma consciente, com total conhecimento dos fatos e consequências. Todas essas informações devem ser repassadas pelo médico. Por isso, é fundamental estabelecer uma relação de confiança entre as partes.

Como vimos, o tratamento do lipedema existe e deve ser bem alinhado entre médico e paciente, sempre levando em conta a individualidade de cada caso. Claro, é preciso lembrar que o lipedema não tem cura, mas que o tratamento é eficaz para evitar a progressão da doença, garantindo mais qualidade de vida à paciente.

Prof. Dr. Alexandre Amato

 

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