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Você sabe o que é lipodistrofia?

Lipodistrofia

Lipodistrofia é a disposição anormal da gordura no corpo, seja pelo aumento (hipertrofia) ou pela diminuição e ausência (atrofia) da gordura. Algumas formas podem ser hereditárias e estarem relacionadas a síndromes. Mas também pode ter relação com doenças como o HIV e a esclerodermia. A lipodistrofia causada pelo uso da terapia antirretroviral vem se tornando cada vez mais frequente em todas as regiões do mundo, sendo um dos distúrbios frequentes em pacientes infectados pelo vírus HIV. Além disso, outros medicamentos sistêmicos e locais (como insulina e corticoide) podem causar alteração da deposição da gordura.

 

O diagnóstico é, principalmente, clínico. A investigação inicia com perguntas genéricas e específicas para entendimento das queixas do paciente e conhecimento dos seus antecedentes pessoais e familiares. Dessa forma é possível identificar fatores que favoreçam o seu desenvolvimento e até condições hereditárias e genéticas.

Durante a consulta é importante uma avaliação corporal completa para caracterizar a distribuição anormal de gordura. Medidas antropométricas como o índice de massa corporal (IMC – relação entre peso e altura) e exames complementares como RX, ultrassom, densitometria, tomografia computadorizada e ressonância magnética podem auxiliar no diagnóstico.

Muitas doenças sistêmicas associadas à lipodistrofia necessitam de equipe médica multidisciplinar, como o infectologista, nos portadores de HIV, e o endocrinologista, em doenças metabólicas.

 

Lipodistrofia Ginoide (LDG) – Conhecida popularmente como celulite, a LDG é uma alteração estrutural e inflamatória do tecido subcutâneo que causa modificações na pele, deixando-a com aquele aspecto ondulado da epiderme, semelhante à “casca de laranja” em algumas áreas do corpo. O problema atinge até 90% das pacientes, praticamente em todas as etapas da vida, começando pela puberdade.

 

A LDG pode ser tratada com diversos procedimentos. Entre eles estão a lipoaspiração, que pode liberar as traves do subcutâneo; lipolaser, que pode soltar as traves e estimular o colágeno; lipoenxertia, que consiste no preenchimento do subcutâneo com gordura, melhorando o aspecto de depressão; e os bioestimuladores de colágeno (Radiesse, Sculptra, Elleva, Ellanse), que melhoram o aspecto com o estímulo da produção do colágeno. O mais importante é saber quando utilizar essas opções e associá-las sempre que possível!

 

Lipodistrofia por insulina – O manejo do diabetes mellitus pode ser responsável por eventos adversos cutâneos, incluindo a lipodistrofia, que se desenvolvem no local das injeções de insulina.

 

Um artigo da Divisão de Diabetes, Nutrição e Doenças Metabólicas, do Departamento de Medicina do Hospital Universitário Sart Tilman, na Bélgica, explica que a infusão contínua de insulina subcutânea e injeções de análogos de insulina com uma sequência de aminoácidos alterada em comparação com a insulina nativa pode causar lipodistrofia em pacientes diabéticos.

Ou seja, quando o rodízio de áreas onde a insulina é aplicada não acontece ou quando uma agulha é utilizada diversas vezes, ocorre uma distribuição anormal da gordura nessa região. Além do surgimento de nódulos, inchaço e endurecimento da pele, a lipodistrofia também retarda a absorção da insulina pelo corpo, sendo assim, muito prejudicial ao diabético.

Nestes casos, a recomendação é não aplicar a insulina na região em que a condição já apareceu e intercalar os locais das injeções dentro da área do corpo escolhida.

Lipodistrofia trocantérica – A que mais incomoda as mulheres já que acúmulo de gordura fica localizado na região do culote.

Neste caso, o tratamento pode envolver lipoaspiração, dermolipectomias – remoção cirúrgica do excesso de pele, podendo associar lifting glúteo e lifting de coxas – drenagem linfática feita por um profissional de confiança do médico cirurgião e fisioterapia dermatofuncional. Vale lembrar que uma boa forma de prevenir a gordura localizada é mantendo um estilo de vida saudável com boa alimentação e atividades físicas diárias.

Para pacientes que apresentam lipoatrofia (redução significativa de gordura nas pernas, braços, bumbum e rosto), o tratamento de correção pode ser feito mediante lipoenxertia – técnica de cirurgia plástica que usa a gordura do próprio corpo como preenchimento.

 

Durante o procedimento, é realizada lipoaspiração em partes do corpo com mais gordura acumulada como barriga, costas ou coxas. Depois de tratada, essa gordura é enxertada na região pretendida com agulhas finas.      O procedimento pode até ser feito com anestesia local, com ou sem sedação e a recuperação é bastante rápida. Os sintomas mais comuns no pós-operatório são dor discreta e controlável, pequeno desconforto, inchaço ou hematoma.

Os impactos causados pelas deformidades corporais incluem depressão, prejuízos nas relações sociais e a má aceitação da própria imagem corporal. “Neste caso, mais do que um tratamento estético, a cirurgia plástica pode ajudar a reconstruir a autoestima dessas pessoas, contribuindo para o seu bem-estar e qualidade de vida. É uma questão que vai muito além da imagem.

 

*Dr. Fernando Amato

*Dr. Fernando Amato é médico cirurgião plástico, membro titular pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).

 

 

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